Gentileza
O toque de mágica
Sandra Rosenfeld*
A gentileza aquece a alma, tanto de quem é gentil quanto de quem é
tratado com gentileza.
Eu tenho por hábito ser gentil, mas este é um hábito que venho
conquistando. Quero ser mais gentil ainda. Eu não era tão gentil e
há anos atrás era bem intolerante. Gentileza e intolerância não
andam juntas, pelo menos a gentileza verdadeira, aquela natural, que
vem da alma, do coração.
Tem pessoas educadamente gentis, mas é diferente das que são
naturalmente gentis, que trazem a gentileza no olhar, no gesto, no
tom de voz. Elas são determinadas, perspicazes, dão limites, sem
perder a gentileza. Sabem dizer um não sem que a outra pessoa se
sinta rejeitada, preterida...
É claro que tem momentos em que é necessário agir com firmeza e pode
acontecer que em alguns desses momentos a gentileza fique um pouco
de lado, mas geralmente pensadamente de lado, apenas o necessário
naquela situação. Eu chamo isso de justa indignação.
A minha vida tem uma linha divisória, antes e depois da meditação.
Ao longo desses anos a meditação tem me deixado muito mais
consciente, atenta e presente. Algumas vezes escorrego, erro, piso
na bola, mas consigo perceber quase no mesmo instante, na maioria
das vezes a tempo de impedir ou contornar a situação.
E foi assim, com esta consciência adquirida, que comecei a me
encantar pelas pessoas gentis. Elas realmente fazem a diferença,
principalmente num mundo tão rápido, agressivo, intolerante, como o
que vivemos.
Precisamos mais do que nunca deixar que o nosso lado gentil que
habita em cada um de nós venha à tona.
Abrir a porta do elevador
para uma pessoa entrar é ser gentil? É. Mas precisamos ir além. Ser
gentil sem o outro ao menos saber quem somos e muitas vezes nem ter
como nos agradecer. Ser gentil no trânsito, por exemplo. Deixar o
outro carro que está ali parado querendo entrar na pista passar na
nossa frente. Parar na faixa mesmo que não tenha sinal e permitir
que as pessoas atravessem.
E o mais importante de tudo, ser gentil com as pessoas mais próximas
da gente, porque, acredite, é mais fácil ser gentil com um estranho
do que com quem convivemos diariamente. No entanto, é exercitando a
gentileza na nossa casa, com os nossos familiares, que faremos com
que ela se torne natural onde e com quem estivermos. Além do que o
nosso relacionamento com filhos, pais, irmãos, cônjuge, vai ficar
surpreendentemente mais agradável e amoroso.
Ser gentil é ter uma varinha de condão e amaciar o coração de cada
pessoa que toca. O interessante é que a cada gentileza a varinha
toca em você também.
Ser gentil é mágico.
* Sandra Rosenfeld é Consultora em Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)
utilizando como ferramenta a meditação. Escritora, autora do livro O
que é Meditação, ed. Nova Era, ministrante de palestras, cursos e
workshops para promover qualidade de vida pessoal e profissional.
www.sandra.rosenfeld.nom.br /
contato@sandra.rosenfeld.nom.br
( 03 / 2008 - publicado no
site
Bemzen
)
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