Por que não uma flor?
*Sandra Rosenfeld


Sou assinante de um jornal de grande circulação. Gosto de, principalmente, ler as crônicas, os artigos, algumas matérias e as charges. Mas, volto e meia penso em cancelar a assinatura e substituir por alguma revista semanal de informações.

Tudo bem. Ao assinar um jornal não temos o poder de controlar o que vem na primeira página, mas, assim como eu, conheço muitas outras pessoas que estão questionando hoje qual o direito deles entrarem em nossa casa, nas primeiras horas da manhã, com notícias as piores possíveis e na maioria das vezes de cunho sensacionalista?

Ok. Tem notícias que realmente, mesmo sendo horríveis, precisam ( precisam mesmo? ) ser repassadas em destaque, com prioridade. Mas, o que dizer daquelas que não trazem nenhum valor concreto agregado que não seja o de impactar, de forma negativa, o leitor?

Provavelmente muitas pessoas não tenham noção de como essas notícias nos afetam. Mas eu tenho prestado, há bastante tempo, atenção ao que me desperta em termos de sentimentos e sensações. E posso garantir que são ruins. Mas passado o primeiro, vamos dizer, susto, vem indignação e até um pouco de raiva do editor. Com certeza não é a melhor maneira de ninguém iniciar o dia.

E o que dizer dos restaurantes com televisão? Já reparou em que programa eles ligam e justamente na hora das refeições? Notícias. E que notícias! Eu acho que se um extra terrestre chegasse aqui ia pensar, aliás, ter certeza, que além de catástrofes, acidentes e mortes, muitas mortes, nada mais acontece neste planeta. É um planeta totalmente estéril em bons acontecimentos.

Eu evito comer em restaurantes com TV, a não ser aqueles que a utilizam para programas esportivos, musicais. Mas, eu gosto mesmo é de me concentrar no que estou comendo e se estou acompanhada, na pessoa que está comigo.

Outro dia estava com hora e justamente por isso fui almoçar num restaurante a quilo no caminho de onde tinha um compromisso. Me servi e já no meio da refeição, sem querer, olhei para a TV e a imagem era tão forte e triste que meu estômago fechou, contraiu e fiquei enjoada. Levantei e delicadamente falei com o gerente que aquele programa era péssimo para a hora da refeição. O interessante é que ele disse que nunca tinha pensado nisso, mas que eu estava certa e que ele iria rever a escolha dos programas. Palmas para ele!

Agora eu pergunto. Não está na hora de mudarmos tudo isso? Não está na hora de reclamarmos com os gerentes dos restaurantes, com os editores dos jornais e dos programas de TV? Não me parece que a influência dessas notícias sejam benéficas para qualquer um de nós. O que de fato podemos fazer ao saber que x pessoas morreram num acidente de navio que aconteceu na China? Esse tipo de notícia precisa estar realmente na primeira página? Ou no noticiário da hora do almoço?

É tão importante iniciarmos o dia bem. Sentar a mesa e tomar o nosso café da manhã com o coração o mais abrandado possível. Almoçar e jantar em paz. Afinal, a vida por si só já é uma caixinha de surpresas e nem sempre boas.

Eu adoraria pegar o jornal e dar de cara com uma linda flor. Por que não? Às vezes o jornal vem envolto por uma publicidade. Por que não uma flor? Que o leitor pudesse montar e formar um vasinho com flor. Que cada dia viesse uma flor diferente ou de uma cor diferente. E quando não tivesse mais flor para montar, então viria a lua, o sol, o mar, animais... Tudo que pudesse trazer um sorriso ao nosso rosto. Você já percebeu que é impossível junto a um sorriso sincero vir qualquer sentimento que não seja de amor, alegria, felicidade?

Se pudéssemos iniciar o dia assim, com esperança e fé, provavelmente mudanças importantes iam começar a acontecer. Ghandi dizia que devemos iniciar em nós a mudança que queremos no mundo.

Um novo ano se aproxima. Que tal dentre as nossas metas para 2009 incluir escolhas melhores do que vamos ler, ver, fazer e ter?  Enfim, do que vamos querer para e na nossa vida.

Eu desejo Muita Luz no próximo ano. Luz bastante para clarear todas as nossas escolhas!

Paz
*Sandra Rosenfeld
Uma nova proposta de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) utilizando como ferramenta a meditação. Escritora, autora do livro O que é Meditação, ed. Nova Era, instrutora de meditação, ministrante de palestras, cursos e workshops para promover qualidade de vida pessoal e profissional.
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 (dezembro / 2008  - publicado no site Wellness Club)

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