Relacionamentos
Onde nos encontramos
* Sandra Rosenfeld


 

Desde que nascemos buscamos nos relacionar. Primeiro com a nossa mãe. Nada mais gratificante, tanto para a mãe quanto para o filho, do que aquela troca de olhares, principalmente na hora da mamada. Ali, naquele momento, há um relacionamento completo. Desde que, é claro, a mãe esteja presente por inteiro. Nada de falar ao telefone ou fazer seja o que for nessa hora sagrada. É aí que inicia o nosso aprendizado de se relacionar, se sentir completo, aceito, acolhido, amado e de acolher, aceitar e amar. Mesmo que a mamada seja na mamadeira, o que importa, de fato, é o que acontece entre mãe e filho nesse momento tão precioso.

Nossa forma de nos relacionar hoje é espelhada na nossa infância vivida como também no que assistimos, presenciamos. Ou seja, aprendemos como nos relacionar. Se fomos aceitos e tivemos carinho tanto físico quanto em palavras e gestos, tudo vai ficar mais fácil em nossa vida. Nossa auto-estima com certeza será maior. Vamos buscar relacionamentos positivos na amizade, na vida profissional, familiar e, é claro, na amorosa.

Se fomos tratados com falta de respeito, pouco toque e pouco amor na nossa infância e, se nossos pais mantinham um relacionamento conturbado, desrespeitoso, com pouco afeto, dificilmente conseguiremos fazer diferente. Porém, isso pode ser modificado a nosso favor, se, e apenas se, tivermos consciência, porque só conseguimos modificar o que reconhecemos. 

E assim, após aquela primeira mamada, teremos dois caminhos. Seguimos buscando ansiosamente um olhar de aprovação, de acolhimento, de troca, de amor, de afeto ou, trazemos esse olhar confiante dentro de nós mesmos sendo pessoas mais tranquilas, seguras e felizes. Mas, no final das contas, vai depender de nós hoje porque não vamos conseguir voltar atrás e modificar os acontecimentos, mas podemos nos modificar sempre. É trabalhoso, difícil, exige coragem para mexer com coisas que muitas vezes machucam? Com certeza. Mas para viver é preciso coragem, para viver bem então nem se fala..

Vejo muitas pessoas fugindo de se relacionar tanto amorosamente quanto na vida familiar e até com amigos. Não falo da vida profissional porque no ambiente de trabalho é mais fácil manter distância. São pessoas solitárias e que aparentemente encontram segurança nessa solidão. Mas a verdade é que não conseguem se relacionar, não aprenderam, e então quando se relacionam é tudo muito complicado e sofrido.
 
Quem sabe se relacionar sabe também lidar com as perdas. As perdas acontecem, fazem parte, mas a pessoa não se perde, se recupera  e segue em frente, com cicatrizes é claro, mas fechadas. Tem pessoas que passam a vida com cicatrizes abertas.
 
É nos relacionamentos, em todos eles, mas principalmente com os filhos e com os parceiros amorosos, que mais crescemos, aprendemos, nos conhecemos, nos transformamos.


*Sandra Rosenfeld
Uma nova proposta de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) utilizando como ferramenta a meditação. Escritora, autora do livro O que é Meditação, ed. Nova Era, instrutora de meditação, ministrante de palestras, cursos e workshops para promover qualidade de vida pessoal e profissional. www.sandrarosenfeld.com.br / contato@sandrarosenfeld.com.br
 

( 25/09/2008  - publicado no site Wellness )

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