Somos livres?
* Sandra Rosenfeld

 

Gostaríamos de ser livres. Muitos de nós se acreditam livres. Outros não. Mas quantos têm a clareza do que é realmente ser livre? É comum confundir independência financeira com liberdade.

Mas ser livre está muito além de ter dinheiro bastante, morar sozinho, comprar o que quer, viajar para onde desejar.
É realmente livre aquele que tem controle sobre os seus pensamentos e conseqüentemente sobre as suas emoções e ações. Quem se deixa levar pelas emoções não pode se considerar livre, é escravo de si mesmo.

Para completar, em grande parte do nosso tempo estamos no piloto automático, sem consciência de nossos pensamentos e atos. Acha que não? Então faça um teste. Perceba como você realiza o trajeto da sua casa para o trabalho, como você toma o seu café da manhã, como é o seu banho. Você está plenamente presente ou com o pensamento em outro lugar?

Além de estarmos no piloto automático, ou melhor, justamente por isso, nossos pensamentos estão quase sempre no passado e, ou, no futuro e muito raramente no presente, onde de fato podemos agir e interagir. E pensamentos são sempre acompanhados de emoções. Agora veja bem, quais emoções você traz quando está no passado? Mágoas, ressentimentos, dores. Mesmo quando está lembrando coisas boas, você traz junto ao menos nostalgia. E quando no futuro, ansiedade e medo, porque o futuro é um terreno obscuro, sempre um ponto de interrogação.

Agora veja bem. Estamos aqui no presente com emoções de outras épocas, que nada têm a ver com o agora. Isto é, no mínimo, motivo de sentimentos como inadequação e angústia, além de nos levar a ter atitudes muitas vezes fora da realidade e das quais nos arrependemos. Somos livres realmente?

E o que dizer sobre os muros que nós mesmos erguemos a nossa volta com conceitos, pré-conceitos, idéias rígidas e assim, tijolo sobre tijolo, vamos limitando nossa vida, construindo nossa própria prisão.

Para ser livre é necessário tomar as rédeas da própria vida e isto se consegue com autoconhecimento, na medida em que aprendemos a silenciar a nossa mente e assim ouvir nossa voz interior, a fazer contato com a nossa essência.

Enquanto não temos consciência do barulho incessante de nossos pensamentos, de como ele interfere em nossa vida e aprendermos a ter controle sobre eles, não somos livres de fato.
 

* Sandra Rosenfeld é Consultora em Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) utilizando como ferramenta a meditação. Escritora, autora do livro O que é Meditação, ed. Nova Era, ministrante de palestras, cursos e workshops para promover qualidade de vida pessoal e profissional. www.sandra.rosenfeld.nom.br / contato@sandra.rosenfeld.nom.br

( 04/2008 - publicado no site Welness )

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